Marvão à Frente

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Esclarecimento à população do concelho de Marvão da Coligação “Marvão à Frente” sobre a eleição dos vogais para os executivos das Juntas de Freguesia

 

Com a tomada de posse dos eleitos para a Câmara Municipal e da Assembleia Municipal de Marvão, terminou a instalação dos órgãos autárquicos para o quadriénio 2021/2025 no concelho de Marvão: Assembleias de Freguesia, Assembleia Municipal e Câmara Municipal.

A coligação Marvão à Frente (PSD/CDS-PP) não pode deixar de lamentar, e denunciar publicamente, o comportamento inqualificável dos eleitos do partido socialista nas Assembleias de Freguesia de Santa Maria, S. S. da Aramenha e S. A. das Areias, no que respeita ao não cumprimento da Lei da Paridade na eleição para os Vogais dos Executivos: Secretário e Tesoureiro.

Simultaneamente, não podemos deixar de felicitar o procedimento exemplar da Assembleia de Freguesia de Beirã, que cumpriu na integra a referida Lei, com a eleição de Fernanda Felino e Américo Seco como vogais.

 Determina a Lei da Paridade, também aplicável à eleição para os Vogais dos executivos das Juntas de Freguesia, através da Lei Orgânica n.º 3/2006, de 21 de Agosto, nomeadamente, no   n.º  1  do  artigo  2.º  deste  diploma, que entende-se  “por  paridade,  para  efeitos  de aplicação  da  presente  lei,  a  representação  mínima  de  40  %  de  cada  um  dos  sexos,  arredondada,  sempre  que necessário, para a  unidade  mais  próxima.”

Quer isto dizer que, nas eleições para os 2 vogais (Secretário e Tesoureiro), obrigatoriamente, 1 terá de ser do sexo feminino e outro do sexo masculino. Independentemente do sexo do Presidente que é eleito pelo povo em sufrágio direto.

Os eleitos do partido socialista sabiam isto claramente. Então, qual a estratégia que engendraram para o não cumprimento da Lei nas três freguesias?

A estratégia foi a mesma nas três, mas vamos descrever o que se passou na freguesia de S.S. da Aramenha, por ter sido aquela em que a tramoia foi maior, por existirem nos eleitos 3 mulheres.

Passamos assim a descrever ponto por ponto o sucedido:

1 – De acordo com a lei, compete ao Presidente da Junta de Freguesia, de entre os membros da assembleia, propor os nomes dos vogais, que, de acordo com a lei supracitada, teriam de ser 1 homem e uma mulher;

2 – Para a primeira eleição, o Presidente, António Bonacho, propôs os membros do partido socialista Carlos Garção e Felícia Amador. Feita a votação por voto secreto, a lista foi eleita com 6 votos a favor e 3 abstenções;

3 – Com surpresa, Felícia Amador, que não referiu qualquer objeção aquando da proposta do presidente do seu partido, após eleita, alegou não ter disponibilidade para o cargo, pelo que não aceitou;

4 – António Bonacho propôs então nova lista composta pelos membros do partido socialista Carlos Garção e Adélia Batista. Feita a votação por voto secreto, a lista foi eleita com 6 votos a favor e 3 abstenções;

5 – No entanto, e tal como Felícia Amador, Adélia Batista, não tendo referido qualquer objeção aquando da proposta, após eleita, alegou não ter disponibilidade para o cargo, pelo que não aceitou;

6 – Esgotadas as mulheres membros do partido socialista, António Bonacho propôs nova lista, agora composta por Carlos Garção do partido socialista e Júlia Pires eleita pelo PSD;

7 – Júlia Pires interveio dizendo não estar de acordo com essa nomeação pois, suspeitava, que fosse humilhada pelo voto dos membros do partido socialista que votariam contra, tal como já haviam feito em Santa Maria à eleita pelo PSD Tânia Gaio;

8 - Mesmo assim, numa atitude de abuso do exercício de poder, António Bonacho “obrigou” Júlia Pires a ser submetida a essa votação. Claro que, como ela havia referido, os membros do partido socialista votaram contra essa proposta, rejeitando e humilhando Júlia Pires por 6 votos contra, incluindo o de António Bonacho que a havia proposto, tal como fazia parte do esquema engendrado;

9 – Esgotadas as possibilidades de eleger mulheres, António Bonacho pôde então partir para a eleição de 2 homens para o seu executivo:  Carlos Garção e Manuel Anacleto, numa clara afronta e desrespeito ao cumprimento da Lei da paridade;

Esta estratégia repetiu-se nas freguesias de Santa Maria e Santo António das Areias, com a agravante de, aí, as operacionais que implementaram esta farsa, Sandra Paz e Emília Mena, serem elas também mulheres e, das quais, deveriam ser as primeiras defensoras.

Assim,

A coligação Marvão à Frente não pode deixar de criticar as mulheres eleitas nas listas do partido socialista pelo comportamento que tiveram neste processo eleitoral fraudulento, ao deixarem-se propor para o cargo e, depois de eleitas, rejeitarem os cargos, alegando desculpas pouco credíveis para quem se propõe servir a causa pública. Porque não o fizeram antes de serem eleitas? Compreendemos, no entanto, que as mesmas foram utilizadas nesta indecente atitude do PS de Marvão.

Face ao exposto, não podemos deixar de:

A - Criticar a liderança concelhia do partido socialista e os presidentes das Juntas em causa, por enganarem os eleitores das freguesias, engendrando este esquema fraudulento que contraria os princípios e valores que dizem defender sobre a igualdade de géneros e o espírito das leis que os deputados do seu partido aprovaram na Assembleia da República.

B - Lamentar e protestar profundamente a humilhação a que sujeitaram as eleitas pela coligação Marvão à Frente: Júlia Pires (S.S. da Aramenha), Tânia Gaio (Santa Maria de Marvão) e Maria João Marques (S.A. das Areias), propondo-as para o cargo e depois rejeitando-as através do voto contra, numa clara violação aos mais elementares valores éticos e morais, e mesmo republicados que tando dizem defender.

C – Salientar que, com este tipo de comportamento, fica claro que, o slogan eleitoral do partido socialista para estas eleições autárquicas “UNIR MARVÃO”, não passa de mais um chavão de mais duas palavras abstratas. Já que, na prática, ao comportarem-se como uma casta, eles não pretendem unir coisa nenhuma. Com estas práticas, o que fomentam é exatamente o contrário: Criar desunião!

Com base nestes acontecimentos, a Coligação Marvão à Frente exige ao partido socialista um pedido de desculpas público pelo lamentável comportamento adotado com as nossas eleitas para as Assembleias de Freguesia.