por Fernando Bonito Dias
(Candidato Nº 2, como independente, à Assembleia Municipal pela Coligação "Marvão à Frente")
O concelho de Marvão tem uma sede
extraordinária mas muito peculiar, pois não concentra a maioria da população, a
qual está portanto muito dispersa pelas freguesias. Esta característica torna a
gestão do território mais complexa. Contudo, o seu principal problema, tal como
em todo o interior do país, é o despovoamento! Para combater esta realidade é
necessário melhorar a qualidade de vida das pessoas e, sobretudo, implementar
estratégias de desenvolvimento económico que apoiem a criação de postos de
trabalho.
Complementarmente, é preciso
continuar a incrementar o sentimento de pertença da sua população, assumindo
esta cada investimento público como “seu”, independentemente do local onde seja
implementado.
No início do séc. XXI intensificou-se
o declínio da zona norte do concelho, incluindo o seu principal centro urbano
(SAA - Santo António das Areias), pois, após o desaparecimento dos comboios na
Beirã, foi também, paulatinamente, desaparecendo o importante tecido
empresarial em SAA.
Assim, para mitigar esta situação, foi fundamental a aposta (ganha) do investimento público em SAA, através do Ninho de Empresas e da Zona Industrial e, posteriormente, da instalação do Parque de Máquinas do Município; bem como, mais recentemente, o investimento na Incubadora de Empresas em construção na Beirã.
Paralelamente, foi sendo sempre
alocado forte investimento público para a promoção da vertente turística, com
benefício fundamental para a vila de Marvão e para a zona sul do concelho.
Abrangendo todo o território existe ainda a atividade agrícola/pecuária/florestal, com produção de castanha, vinho, azeite, etc.; cuja comercialização importa apoiar.
Nesse âmbito, foi recentemente iniciado um importante processo através da alteração profunda da imagem de marca de Marvão, a qual ficou mais identitária e atrativa. Seguir-se-á, necessariamente, a certificação da mesma e a sua utilização para uma promoção turística contínua e estruturada, incluindo conteúdos relacionados com o turismo de natureza, bem como a certificação/promoção dos diversos produtos aqui produzidos.
Uma marca global “Marvão” forte e bem
explorada, em conjunto com um GADE (Gabinete Apoio ao Desenvolvimento
Económico) funcional e dinâmico serão cruciais para a criação de postos de
trabalho, a fim de contrariar o decréscimo da população.
Nesta vertente, a comunidade
estrangeira, que representa já cerca de 6% da população do concelho, desempenha
também um importante papel. Por isso, foi recentemente iniciado, ainda que de
forma embrionária, um importante projeto que “acarinha” esta comunidade, com a
criação de um Gabinete Camarário (GAICE) de apoio à integração da mesma e a
disponibilização de aulas do ensino do Português. É fundamental, no entanto,
aprofundar este projeto, envolvendo ainda mais estes novos residentes, os quais
contribuem para o fortalecimento do território.
Mas, se “Marvão” é uma forte marca
global, este território dispõe ainda de outra marca importante a nível
regional, que é fundamental desenvolver…
Associando as suas extraordinárias e aprazíveis características naturais à sua localização, a localidade de Portagem pode desempenhar um papel fulcral de centralidade, captando não só visitantes externos como servindo também de atração da população de todo o concelho.
Neste sentido, estão já em curso três projetos estruturantes, cuja concretização é importante e urgente:
- Projeto urbano de acessibilidades
que requalificará parte do espaço público da Portagem;
- Projeto de requalificação/melhor gestão da zona ribeirinha, através da implementação de um processo que a classifique como Praia Fluvial;
Face aos excelentes atributos
naturais e gastronómicos já agora existentes, reforçados com estes
investimentos em curso e previstos, fará então todo o sentido criar e promover
esta importante marca regional: “Portagem”.
Com uma Sede de concelho deslumbrante
e reconhecida internacionalmente, promovida através de uma marca forte, a qual,
além da vertente turística, dinamize também a comercialização dos produtos
endógenos, sobretudo agrícolas; uma zona norte dinâmica em pequenos negócios; e
uma zona sul com características naturais de excelência, assumindo-se como
central no concelho e com elevada dinâmica comercial, captando, com uma boa
promoção da sua marca, um cada vez maior número de visitantes/consumidores
regionais, o concelho tem e está a implementar claramente uma estratégia de
desenvolvimento.
Fundamental para complementar esta
estratégia de desenvolvimento é também o projeto de investimento em antenas que
incrementem a cobertura total de rede móvel no território, iniciado com a
instalação da primeira na Beirã e que deverá continuar, cobrindo todo o
concelho, permitindo assim fixar mais pessoas, possibilitando-lhes que
trabalhem à distância.
* Serviços públicos que se querem cada vez
mais eficazes;
* Requalificação das condições na
educação, através da importante obra da Escola da Portagem;
* Melhoria da oferta no setor da
saúde, através da construção da Unidade de Saúde em São Salvador da Aramenha;
* Existência de opções variadas de
habitação;
será uma boa base para a fixação de
pessoas.
No entanto, enquanto não existir uma política central que promova verdadeiramente a fixação de população no interior do país, a melhoria da qualidade de vida das pessoas aqui referida não será suficiente para contrariar o seu decréscimo, pelo que as políticas locais de desenvolvimento económico implementadas e a implementar (antes descritas) serão fulcrais para o acréscimo de postos de trabalho e, consequentemente, para tentar parar este contínuo despovoamento.
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